terça-feira, junho 21, 2005

Sem título 1

de quem me precede no vício maldito - parte 2

A falta de um título não diz nada, mas o subtítulo explica tudo. Irmãs a gente recebe quando nasce como uma maldição, uma bênção ou as duas coisas. Maldição de herdar vícios, manias, vocabulários. Bênção de nunca estar sozinha na própria estranheza.

Quem me precede no vício maldito são Fabiana e Daniela, nesta ordem, sim. A primogênita não nega a raça e lança hoje no Demo um poema de fazer virar as órbitas de qualquer amante. Não faltou inspiração.

Grata, sempre.

Camila


Olhos mortiços, dançando loucos nas órbitas
de estrelas que se ofuscam.
Gosto de suor, sangue, perfume na língua,
amor felino que arranha, roxeia, ronrona.
Lascívia do roçar de peles fumegantes,
de mãos espalmadas apertando os corpos contra si.
Pernas laçadas em nós cegos,
amarras e engrenagens da máquina do amor.
Procura frenética, desenfreada, dos recônditos
guardados, consagrados ao prazer.
O êxtase alcançado, inesquecível, cada vez novo,
sem igual, redesenhado, melhorado.
O encaixe dos corpos... merecia uma fotografia.
Algo que o imortalizasse... esse instante
onde se perde o chão, o fogo explode,
a luz se apaga, eu não sou eu,
você não é você.



 

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