segunda-feira, novembro 07, 2005

Os ridículos

Outro dia um amigo, aquele dos direitos humanos, me disse que eu não tenho um superego. E que isso significava toscamente que eu não tenho medo de me expor ao ridículo.

- Roberto, eu posso não ter um superego, mas o meu ego é super!

Por isso eu amo o ridículo da vida.

E o ridículo da vida, diz Helena Bandeira, parente de Manuel, o poeta, é o amor.

O amor é ridículo. É brega. Uma coisa fora de moda, um tantinho grotesca e sem lugar numa sociedade verdadeiramente moderna como esta que escolhemos construir. Como as bruxinhas de biscuit penduradas no retrovisor de alguns sonhadores: cafona com estilo, e importantes só pra quem teve o (mau?) gosto de pendurá-las ali.

O amor é kitsch: brega, mas estiloso.

Sejamos ridículas. Eu nem tão eloqüente quanto Helena, muito menos, aliás, mas com o mesmo desejo sincero e primal de viver no ridículo. Do ridículo. Pois a vida já é séria demais pra nos furtarmos à chuva de alegria que vem de...

... não ter um superego, mas um ego super. Impregnado de expectativa, de luxúria, de necessidade, sim, necessidade do outro. Da absoluta felicidade de ser incompleto.

Obrigada, troiana, pela inspiração.

Leitor: é no Ovo Azul Turquesa que você fica sabendo das coisas.

Beijos em tudo.


 

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