Eles não fizeram amor
delírio nostálgico
Eles não fizeram amor no banheiro da boate. Não; porque na opinião deles esse negócio de fazer amor era brega demais. Amor não se faz, ele está aí ou não está, se sente ou não se sente. Mas não se faz. E não fizeram.
Também não fornicaram no banheiro da boate. O verbo era medieval, soava como pecado, e o casal moderninho não pensa nessas coisas como pecado. Nada de fornicação, nem sob o consentimento do rei.
Tampouco copularam no banheiro. Copular lembrava à mocinha do casal uns versos estranhos que lera quando criança que falava de minhocas copulando dentro da boca de uma índia que depois paria pacas. Não que tivesse parido muito. Não, parira pacas, mesmo, aqueles roedores parecidos com capivaras. Um poema escrito mui provavelmente sob a influência de poderosos psicotrópicos, mas de todo modo ela jamais admitiria copular. Então, não copularam.
Acasalar no banheiro, de jeito nenhum! Ela não estava no cio, ele não estava empenhado em fecundar o maior número possível de fêmeas e eles não eram mamíferos num documentário repetido do Discovery Channel. Nada de fecundar.
Foder no banheiro? Nem pensar. Ainda não estavam num tosco filme pornô ou numa letra de rap.
Transar no banheiro, não, amor, que palavrinha mais desprovida de poesia...
Não transaram. Não foderam. Não acasalaram, nem copularam, nem fornicaram. Nem mesmo fizeram amor. Na verdade, o banheiro era bem sujinho, e imaginem vocês quantas pessoas já haviam feito isso tudo aí lá dentro.
Pois é, o casal pensou, e nada fez. Preferiram ir a um lugar onde pudessem ao menos dizer, sem mentir mas omitindo, que dormiram juntos.
Eles não fizeram amor no banheiro da boate. Não; porque na opinião deles esse negócio de fazer amor era brega demais. Amor não se faz, ele está aí ou não está, se sente ou não se sente. Mas não se faz. E não fizeram.
Também não fornicaram no banheiro da boate. O verbo era medieval, soava como pecado, e o casal moderninho não pensa nessas coisas como pecado. Nada de fornicação, nem sob o consentimento do rei.
Tampouco copularam no banheiro. Copular lembrava à mocinha do casal uns versos estranhos que lera quando criança que falava de minhocas copulando dentro da boca de uma índia que depois paria pacas. Não que tivesse parido muito. Não, parira pacas, mesmo, aqueles roedores parecidos com capivaras. Um poema escrito mui provavelmente sob a influência de poderosos psicotrópicos, mas de todo modo ela jamais admitiria copular. Então, não copularam.
Acasalar no banheiro, de jeito nenhum! Ela não estava no cio, ele não estava empenhado em fecundar o maior número possível de fêmeas e eles não eram mamíferos num documentário repetido do Discovery Channel. Nada de fecundar.
Foder no banheiro? Nem pensar. Ainda não estavam num tosco filme pornô ou numa letra de rap.
Transar no banheiro, não, amor, que palavrinha mais desprovida de poesia...
Não transaram. Não foderam. Não acasalaram, nem copularam, nem fornicaram. Nem mesmo fizeram amor. Na verdade, o banheiro era bem sujinho, e imaginem vocês quantas pessoas já haviam feito isso tudo aí lá dentro.
Pois é, o casal pensou, e nada fez. Preferiram ir a um lugar onde pudessem ao menos dizer, sem mentir mas omitindo, que dormiram juntos.