sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Reflexões de última hora pra quem escreve ou lê horror.

Sou sempre a primeira a dizer pro leitor: não confuda autor com personagem.

Mas, ao mesmo tempo, acho impossível escrever algo que não carregue muito do que sou, ainda que apenas sutilmente. Tenho a impressão de que isso vale para todo autor.

Toda vez que escrevo um texto violento eu digo pra mim mesma: isto não sou eu, é outra pessoa. Mas será mesmo?

O que escrevemos de terrível e cruel são coisas que existem em nós, gostemos ou não, ainda que só na teoria e nunca na prática. Talvez seja escrever aquilo que nos salva da prática.

Talvez, sem isso, enlouquecêssemos.

E um dia ainda havemos de.


Tá. Eu não posto mais nada hoje. Prometo.


 

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