quarta-feira, agosto 30, 2006

Liliana: Quase Vampira

Olá, pessoal!

Tenho estado na maior correria, então, em lugar de texto novo, posto uma ilustração que já tem algum tempo, só pra não ficar no silêncio, eheh. Este é um retrato de Liliana, a protagonista de minhas novelas Caia na Noite e de O Sabor das Primeiras. Foi feito em umas 6 horas, chuto, apenas para ilustrar o rosto da personagem na capa de um e-book (livro digital) que estou criando com as duas novelas.

Pra quem ainda não conhece Liliana, um resumo: 18 anos, burguesa, linda, arrogante, determinada, iludida e cansada da própria mediocridade, seu maior desejo é se tornar uma vampira. Sim: dãããã. Em ambas as histórias ela tem esse sonho absurdo alimentado, frustrado, ridicularizado e por fim atendido (ou não?!), contracenando na noite de São Paulo com personagens cômicos e sérios que procuram lhe abrir os olhos.

Algumas notas sobre a ilustração:

Desta vez optei por não texturizar a pele, como fiz em outros trabalhos. Eu queria que Liliana tivesse um ar inumano, plástico. Por isso, optei por exagerar a refração do verde em sua pele. A pele humana refrata um pouco de verde sob certas condições, só que bem menos do que isso, rs. Neste caso, eu queria um tom irreal mas mesmo assim convincente, como se vindo de uma luz de danceteria, que constrastasse com o cabelo dela - que não é ruivo, mas tingido de fúcsia berrante, rs.

Alguns detalhes:
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É isso! Agradeço comentários! Beijos.

terça-feira, agosto 22, 2006

O Sabor das Primeiras: Capítulo 6

Após vergonhoso atraso de várias semanas...


6. Virgens, vampiros e um cigarro de canela

O interior do lugar é apenas o que ela espera: luzes oscilantes, gente bonita, gente feia, todos forcejando uma aparência autêntica, mas, como à noite os gatos são pardos, isso não é tão importante na escolha dos pares. E os pares vão se formar naturalmente, desesperadamente, talvez, à medida que a festa for chegando ao fim e os solitários forem sendo ainda mais. Os critérios ficarão frouxos. Liliana observa tudo e pensa em placebos para uma doença chamada mediocridade – que ela está prestes a curar.

Procurará pela pista de dança mais tarde, quem sabe com ele, Saul, se ele gostar, se quiser dançar, ela espera que sim, pois sabe laçar um homem com os passos, e terá de laçá-lo de alguma forma. Ele tem de ser bonito; no mínimo, charmoso.

Ele disse que estaria numa mesa nos fundos e que ela iria reconhecê-lo por estar com um livro nas mãos. Quem levaria um livro a uma boate? Alguém que consiga ler na penumbra? Alguém que goste de chamar a atenção. As duas alternativas agradam Liliana. Seus olhos percorrem depressa a multidão, grupos de amigos rindo numa embriaguez precoce, casais entrelaçados num ensaio de alcova, e nos fundos o rapaz sozinho, livro nas mãos, lendo ou fingindo ler.

Ela se aproxima, e quando não está a menos de dois metros da mesa ele ergue os olhos, como se soubesse, e talvez saiba. Ele sorri. O sorriso é discreto, não revela coisa alguma. Isso a intriga. Seu estômago está gelado.

Saul se levanta. Diz um olá, mas não puxa a cadeira para que Liliana se sente. Deixa que ela o faça sozinha. Mas só volta a sentar-se quando ela já está acomodada. Quase um cavalheiro, mas não está aqui para servi-la, que fique claro.

Agora ele está diante dela, só a mesa os separa, e ela o examina sem pudor. Os cabelos, cortados bem curtos, são pretos – é claro que são – assim como a pele é tão clara quanto ela desejou. Mas os olhos não são azuis, nem verdes, nem cinzentos ou cor de mel, apenas castanhos como os dela. Um pouco rasgados; não asiáticos, mas de algum modo felinos, lânguidos, mas atentos. Isso é bom. É o que ela espera. É o que quer. Está satisfeita e deixa que ele perceba.

– Então você é o Saul.

– Então você é a Liliana.

O olhar dele é intenso, ofusca, e Liliana desvia o seu para o livro. Está escuro demais e ela não pode ver o título.

– Bebe comigo, Liliana? – Ele faz sinal para um garçom, que demora a vir. – Bem. Parece que a... Dora... te falou de mim, não foi?

– Mais ou menos.

– Mas ela com certeza me falou de você. E sugeriu, apenas sugeriu, que talvez eu possa resolver seu problema.

Liliana o examina de novo, sem saber se é suspeita ou ansiedade o que experimenta. Decide arriscar.

– E você pode? – pergunta.

O garçom se aproxima da mesa.

– Vodca com gelo.

– O mesmo pra mim. – Liliana nunca bebeu vodca pura, e quando Saul sorri de lado a garota percebe que ele sabe disso. Mas nada diz e espera o garçom se afastar. Inclina-se na direção de Saul e repete:

– Você pode?

Saul se recosta preguiçoso na cadeira. Liliana não compreende se há desdém na sua atitude. Tudo o que ele diz e faz parece afetá-la em duas vias. É gentil e distante.

– Posso – responde certeiro. – Não sei se vou. Mas você pode tentar me convencer.

De novo, não, pensa Liliana, e dispara:

– Olha, eu não tenho paciência pra joguinhos. O que você quer?

Ele desliza na cadeira. Num movimento seguro, sem desviar os olhos, tira do bolso da calça uma cigarreira de metal, artigo fino, não é para pobretões. Abre-a, oferecendo a Liliana o que parecem ser cigarros especiais. Ela apanha um em desafio. Ele pega o seu e fecha a cigarreira. Acende os dois com um Zippo. Gosto e cheiro de canela.

– Aposto que já arrumou muita encrenca com essa impaciência natural – comenta, despreocupado. – Também não estou aqui para jogar, Liliana. Mas concorda que, se o que você procura é algo especial, e o que eu tenho a oferecer é algo especial, não posso entregar a qualquer pessoa? É como a virgindade de uma garota. Diga, querida. Você é uma virgem?

– Você é um vampiro?

– Você é uma virgem.

– E você não é um vampiro.

– Não? – Nenhum músculo do rosto de Saul se altera, nada em seus gestos se abala. –Talvez não da forma como você pensa que eu deveria ser. Mas certamente eu sou.

– Se você é, prove.

– Prove, você diz. Espera que eu vá até ali e morda dois ou três pescoços no meio da multidão? Isso seria estúpido da minha parte e muito egoísta da sua. Não estou aqui para te convencer, menina, nem para te agradar.

Enquanto fala, Saul mantém o tom cordial, sem ofensa, sem emoção. Ele não se importa com o que Liliana pensa, e isso é grave. É arrogante e adorável.

Ela respira fundo, olha para os lados. Não sabe por onde seguir, em que gancho se amparar na conversa que não parece promissora, mas ele a salva desse transtorno.

– Estou aqui pra te conhecer – diz.

– Como é?

– Qualquer pessoa com a sua determinação merece ao menos ser conhecida. – Ele se inclina para a frente e, subitamente, Liliana sente que há esperança, apesar de todos os rodeios. – Quando Dora me falou de você eu sabia que não estávamos falando de uma menina que a gente vê todo dia. – Os dedos dele, brancos, longos, roçam de leve nos dela, de propósito ou não, e ela se sente fria e quente a um só tempo. – Por enquanto só posso te dar dois conselhos. Está pronta?

– Estou – ela responde sem nenhuma certeza.

– Primeiro, seja paciente. Tudo o que deve acontecer acontece na hora certa e não cabe a você apressar o tempo. A gente aprende isso após alguns séculos de... bom, você entendeu. Segundo, levante e venha dançar comigo.

O último “conselho” a pega desprevenida, mas ela não hesita quando ele a toma pela mão e a conduz para a escada que leva à pista de dança, subterrânea, de onde uma batida surda, lenta e ritmada escapa para o bar. O livro fica abandonado na mesa.

Saul é bom de papo, ela se convence, e bom de passo também; devagar, mais seguro do que a maioria dos rapazes, não excessivamente elástico. Isso vai bem. Mas ela ainda não está segura; ainda não tem poder sobre ele, como teve antes sobre um ou dois namoradinhos do tempo do colégio. Os meninos faziam o que ela queria. Essa sempre foi a serventia da beleza. Aqui, tudo saiu ao contrário do que ela planejou. É ele quem subjuga e conduz. Ele não a adora instantaneamente; talvez nem a deseje, talvez só vá brincar com ela, rasgá-la em duas no corpo e na alma e abandoná-la como dejeto, como Dora disse que eles faziam. Ou quem sabe não é um mentiroso? Bem, mas por que alguém diria que é um vampiro sem sê-lo?

É cedo para tantas respostas, e Liliana decide ouvir o primeiro conselho. Paciência, mesmo no risco.

Saul não demora, seu corpo agora está muito junto ao dela, e ele repete a pergunta no seu ouvido.

– Diga, Liliana. Você é uma virgem?

– Isso é importante?

– É importante que eu seja um vampiro?

– Totalmente.

Ele parece pensar antes de dar a resposta que ela cobra com os olhos atrevidos.

– Não é nada importante que você seja virgem – decide. – Mas acho que logo vou descobrir.
O frio-quente de novo invade as entranhas de Liliana; ela se sente vulnerável, nua, e isso a envergonha, e a delicia também. Antes que pense melhor, ele está segurando seu queixo, firme, enquanto a outra mão pousa leve em sua cintura. Ela não cogita resistir ao beijo, mas a pergunta escapa de seus lábios:

– Você é...?

– Eu sou o que você quiser.

A boca de Saul tem gosto de canela. O corpo dele também.


No próximo capítulo... que tal um pouco de putaria, digo, ação? Quem viver, verá.

quarta-feira, agosto 09, 2006

A arte de ser ruiva

É a tradução exata do site "The Art of Being a Redhead".

A página expões exclusivamente quadros de pintores do século 19 que se dedicaram a retratar beldades ruivas, desde as dos tons laranja-dourados até as de madeixas acaju. O site também demonstra bom-humor ao louvar as qualidades das cabeleiras de fogo.

Sendo morena, sou uma péssima ruiva, apesar das sardas. Talvez por essa disparidade, desde criança gosto de gente ruiva - de preferência homens, mas independentemente do sexo, sinto uma atração de doido pelos cabelos vermelhos. Que coisa bacana eu não ser assassina serial! Já teria até o perfil das vítimas, uhuhuhuh!

Com ou sem fetiche, as pinturas são belíssimas e merecem ser conferidas. Cliquem lá no link e divirtam-se.

Não por acaso meu namorado é um ruivo. Ex-ruivo, mais precisamente: é careca. Mas a barba é vermelhinha...

quinta-feira, agosto 03, 2006

Página Assombrada - Encontros com a Literatura de Terror

Olá, povo todo,

Neste mês de agosto, o Sesc Pompéia vai fazer uma série de encontros sobre literatura de terror! Eu estarei lá com os outros autores da coleção Necrópole, participando de 4 debates muito interessantes. E tudo GRÁTIS. Vejam a programação:

PÁGINA ASSOMBRADA - ENCONTROS COM A LITERATURA DE TERROR

Quem tem medo de fantasmas?
Estórias envolvendo fantasmas, vampiros e outros seres fantásticos sempre estiveram presentes em lendas e relatos populares. A Arte, partindo de um olhar estético e poético, contribuiu na construção de imagens que se tornaram a representação artística do imaginário coletivo, transpondo para pinturas, filmes para cinema, histórias em quadrinhos e livros, manifestações de terror que apresentam cenários improváveis e estranhas criaturas, para despertar o medo e causar a surpresa e o susto. Em agosto, propomos uma viagem em direção à Literatura de terror, explorando os elementos estruturais, a reflexão e discussão que estes textos sugerem e o processo criativo de escritores que se aventuram por esta temática.


PROGRAMAÇÃO NO AUDITÓRIO:

André Vianco - Personagens de terror
O escritor participa de uma conversa com os leitores, explorando as técnicas que mais utiliza para compor personagens verossímeis em cenários de fantasia e de terror. Vianco é escritor, autor das obras "Sétimo" e "A Casa". Dia 17. Quinta, às 20h.

Novos caminhos do terror
Os autores Camila Fernandes, Gianpaolo Celli e Giorgio Cappelli (coleção Necrópole) conversam com o público sobre a presença do terror e do mistério na cultura clássica e contemporânea: Quadrinhos, filmes, literatura, lendas urbanas e clichês. Dia 18. Sexta, às 15h.

Necrópole nua e crua
Os autores Alexandre Heredia, Camila Fernandes, Gianpaolo Celli, Giorgio Cappelli e Richard Diegues (coleção Necrópole) participam de um bate-papo descontraído com o público, falando de sua trajetória como escritores de terror e dos elementos de criação de histórias do gênero: processo criativo, desenvolvimento de personagens, uso de mitos e conceitos populares e outros. Com leitura de contos de terror. Dias 19 e 26. Sábados, às 14h.

Roberto Causo - Literatura de terror no Brasil
O autor da obra "Ficção cientifica, fantasia e horror no Brasil", publicado pela Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, apresenta seu trabalho como pesquisador e comenta sobre processos de criação literária. Causo escreve ficção científica, fantasia, horror e outros. Dia 24. Quinta, às 20h.

A Essência do medo na literatura
Os autores Alexandre Heredia, Camila Fernandes e Giorgio Cappelli (coleção Necrópole) discutem com o público o fascínio que o medo exerce sobre o ser humano e sua presença na arte, notadamente no cinema e na literatura, explorando a questão: por que gostamos tanto de sentir medo? Dia 25. Sexta, às 15h.

Quem quiser participar dos encontros deve se inscrever ligando para o Sesc: 0800 11 82 20


Espero vocês por lá!

terça-feira, agosto 01, 2006

Ponto-Final

Pra não deixar o blog parado (é verdade, povo, estou atolada em trabalho e sem tempo para escrever novos textos), eis aqui um conto antigo que espero ainda seja inédito para alguns de vocês. É a primeira aventura em que a Dora Cruz apareceu e eu havia prometido postá-la aqui pra quem ainda não conhecia a personagem. Neste conto, podemos vê-la através de um par de olhos muito especiais. Espero que curtam.

E, se tudo der certo, nesta sexta teremos mais O sabor das primeiras.



Ponto-Final

Dora, Dorinha. Você tem olhos enormes de criança. Olhos de bicho arisco. Assim agarrada aos seus cadernos, usando-os como escudo, escondendo seu peito arfante da vista dos tarados, você é absolutamente casta, inocente, rubra de vergonha a qualquer palavra inadequada.

Isso é o que eu mais amo em você. O que mais odeio. Mais uma razão para acabar com você, neném.

Essa pele vermelha, bronze natural, tropical – eu sei que você é filha de índios. Ou neta. Tempero brasileiro. Quem foi o puto que forçou sua gente a trocar Jurupari por Satanás e Tupã por nosso Senhor? Quem lhe empurrou goela abaixo esses nomes novos para deuses velhos? Na verdade, não importa. No seu último instante, você saberá que não há deus algum.

Isso. Mais para cá. Venha andando. Livros e cadernos. Volta sempre tão tarde! E nestas ruas tão escuras – você não tem medo? É faculdade? Deve ser Pedagogia ou outra coisa assim bonitinha. Letras? Você tem toda a cara de professorinha mandando os alunos fazerem uma redação sobre seu animal de estimação preferido. Ah, não tente usar suas vírgulas comigo. Eu sou o sujeito. Você é meu objeto direto. O verbo? Lobo mata cordeiro. Caçador apanha caça. Saca? Simples assim. Eu vou pôr um ponto-final em você, meu doce.

Bolsinha tiritando, zíperes e chaveiros. Cabritinha com sino no pescoço. Cabelos tão pretos que me confundem na noite, se fundem à noite. Quadris que sacolejam de leve quando você anda. Acha mesmo que a gente não vê seu corpo sob essas vestes de selvagem catequizada? Selvagem domada. Não se engane: não me engana. Você é tão gostosinha. Tão...

Menstruada? O cheiro do sangue, oh, Dora, oh, Jesus, esta noite eu vou me esbaldar!

Você já me conhece. Já sabe que estou na área. Revira os olhos, apressa-se, preocupa-se, linda como num orgasmo. Você sabe quem eu sou. Mas não sabe o que sou. E eu não lhe contaria, mesmo que você parasse para conversar comigo quando eu a chamo de novo e de novo. Ei, Dora. Dorinha!

Você nunca vai entender. Não até que seja tarde demais. E já é tarde, menina. É hoje.

O beco. Aqui estamos. Você é infalível. Eu, fálico. Seus cadernos apertados contra os seios. Meu pênis apertado contra as calças. Seu medo me excita. Meu rosto a assusta. Do escuro eu venho. Do beco eu pulo. Você pula – é o susto. Sorrio, seu nome treme nos meus lábios eletricamente, um quase-clímax. É mais gostoso assim.

Eu me mostro. Você já viu um desses, não viu? No cinema, de fraque e bico-de-viúva e muito pó-de-arroz na cara. Conde Drácula o cacete! Eu sou a nova geração!

Isso mesmo. Você corre. Deixo que ganhe uma certa dianteira. Quero-a ofegando, seu suor queimando minhas narinas e seus suspiros partindo o meu coração.

Você dobra a esquina. Dobra o tamanho do meu deleite. Vou logo atrás, Dorinha, espere por mim, meu anjo!

E então...

E então eu a alcanço.

Seus cadernos caem. Uma fração de segundo. Você enfia a mão por dentro da blusa e a retira depressa. Algo reluz... algo estoura.

Não mais do que uma fração de segundo.

Sou atirado para trás. A dor me consome. Da perna direita, ela se irradia para o resto do corpo.

Mais um estrondo. Se há um inferno, estou nele agora. Meu corpo berra em agonia. E o som de um terceiro trovão abre caminho por dentro de mim.

No meu joelho, um rombo. No estômago, outro. No peito, mais um.

Nas suas mãos, uma Magnum 38.

O sangue inunda minha garganta. Eu engasgo e meu cuspe é vermelho. Não tenho mais tempo. A vida vai se esvair e o coração vai parar. E não vai voltar a bater – não desta vez. Dora, você realmente partiu meu coração...

Eu estou olhando nos seus olhos e eles são os de uma matadora. Você sempre soube? Como foi isso, quando, como você poderia?...

Tudo o que sou está morrendo, deixando de ser. Eu quero perguntar.

– C... C... Como?

Mas você apenas sorri. Seu sorriso é gelado. Moças católicas não fazem assim...

Remexe na bolsa. O que tem nessa garrafinha? Ah. Cheiro forte de álcool empapando minhas roupas. O que mais tem na bolsa? Oh... não.

Scratch.

O fósforo aceso escapa dos seus dedos. Cai em câmera lenta, longamente, interminavelmente.

Vadia! Por que não me acertou logo na cabeça?

Caçador apanha caça. É simples assim.

Ponto-final.

06.12.2004


 

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